sábado, 16 de maio de 2015

Parti de ollaytamtambo ainda com as imagens da Cidade Sagrada dos Incas na cabeça. Nunca mais vou esquecer Machu Pichu, onde passei umas seis horas. Um lugar mágico, místico e com uma energia que mexe com você. Foi fantástico.

Após um rápido café, peguei estrada e parei num grifo (posto) em Urubamba, quando acabei encontrando um casal argentino de moto que estava aguardando um outro casal para um passeio. Conversando com eles, me indicaram um caminho para Cusco passando pela Vila de Poroy. Além de ser atalho seria uma estrada boa e o visual fantástico. Confiei neles, ignorei a moça do GPS e foi uma dica de ouro. Uma estrada boa e vazia. Subi uma montanha a mais de 4.000 metros de altitude, de forma bem gradual, com curvas abertas, asfalto perfeito e pouco trânsito. Havia vários mirantes na estrada e valia muito a pena parar em cada um deles.
A paisagem era formada por grandes vales com capim verde amarelado cercado por montanhas muito altas, muitas com neve nos cumes. Um Visual de deixar boquiaberto. O frio e o vento pegavam pesado. Temperatura próximo de zero grau e vento forte, muitas vezes frontal.

Haviam pequenas propriedades rurais, basicamente com gado e ovelhas. Voltei a ver pequenos cemitérios dentro dessas propriedades.
A altitude nessa estrada variava entre 3.800 e 4.300 metros, e o frio era congelante.
Por volta das 14 horas parei pra almoçar em um restaurante à beira da estrada, dentro de uma vila. Foi onde vi um senhor almoçando um prato tradicional da região: Cuay Asado. Para quem não sabe, Cuay é o porquinho da Índia (risos). Muito estranho ver aquele porquinho assado inteiro no prato, mas é o costume deles.
Nas várias vilas que passei, vi muitos fusquinhas, de todas as cores (3 fuscas azuuuuis meu amor). Continuam rodando e resistindo ao tempo em todos os cantos do mundo.
Com a moto sofrendo muito por causa do ar rarefeito, que a fazia funcionar de forma irregular e o forte vento frontal, avancei muito devagar, mas sem pressa. A direção era mais importante. Era curtir o visual e pilotar em modo automático.

Cheguei a Cusco, tirei a tradicional foto na plaza de armas, fiz câmbio de reales brasileños (risos) e fui para a estrada, mas para isso era preciso atravessar a cidade. Em Cusco, nenhum motorista descobriu ainda o dispositivo secreto que todo veículo tem, aquela alavanca secreta que fica próximo ao volante e serve pra dar seta. O trânsito é maluco, os caras mudam de faixa sem avisar, avançam para cruzar as vias sem importar se tem carros vindo, e é tudo na base da buzina. Um buzinaço louco. O trânsito em Cusco é formado principalmente por vans, micro Ônibus e táxis. Vi somente duas motos em todo o trecho urbano. Tem que ter coragem pra andar de moto ali risos.
Após escapar de Cusco novamente, uma estrada com paisagens belas, mas ao passar por Juliaca o pesadelo se repetiu. Trânsito louco, agora com muitos tuc-tucs e um agravante: no centro da cidade as ruas eram de terra e esburacadas. Ao atravessar um trilho de trem no meio dessa confusão eu não cai por muito pouco. Mas superei e completei os 40 km finais para chegar a Puno.
Puno está às margens do lago Titicaca, e é ponto de partida para se conhecer os povos Uros, conhecidos como o Povo Flutuante do Lago Titicaca.
Foi um dia cansativo, pelo frio e pelo stress do trânsito nas cidades de Cusco e Juliaca, mas a missão de chegar a Puno foi cumprida, com direito a paisagens fantásticas. É claro que valeu demais. Obrigado Meu Deus.

Todos os dias da aventura foram descritas em um diário que pode ser visto nos links abaixo:

Diários:


Vídeo: