quarta-feira, 27 de maio de 2015

"Maria yo sé que usted treme! Tener em casa a tu papá"
Antes de sair de Campo Mourão, uma cidadezinha bem legal no interior do Paraná, eu precisava ver umas coisas na Capitão América. A relação não estava legal, o pedal de câmbio não dava mais aperto e não chegaria a BH, e já estava na hora de trocar o óleo do motor.

Haviam várias oficinas e moto peças na cidade e até uma concessionária Honda. Encontrei a relação para trocar e o pedal também. A relação havia acabado aos 10.000 km. Foi muita chuva, estrada de rípio e o deserto de sal. Os dentes da coroa estavam completamente tortos.
Com isso acabei atrasando muito minha partida e a estrada à noite seria certa.
Sai de Campo Mourão sem chuva, por uma estrada muito boa e muito movimentada. Plantações de milho e soja a perder de vista e muitos pastos. Chegando próximo à cidade de Maringá, a chuva veio forte e não parou mais até São Paulo.
Saindo do estado do Paraná, paguei o pedágio mais caro de toda a viagem, R$6,90 para motos. Poucos metros após estava a divisa Paraná com São Paulo. Alguns trechos ruins, mas depois a estrada virou um tapete. Mesmo com a chuva persistente, o ritmo era bom. A estrada era pedagiada, mas moto não paga (ufaaaaa).
Faltando cerca de 50 km para Ribeirão Preto, eu passava por Jaboticabal, cidade que já conhecia, e resolvi aterrissar e descansar da chuva.



Todos os dias da aventura foram descritas em um diário que pode ser visto nos links abaixo:

Diários:


Vídeo:


"Lo que teníamos en común: nuestra inquietud, nuestro espíritu soñador, el incansable amor por la ruta."

À noite foi de chuvas fortes em Foz do Iguaçu, amanheceu muito nublado, mas sem chuva. Um bom café da manhã e fui pegar a moto para continuar viatgem. No estacionamento do hotel, as BMWs faziam companhia à capitão América. Olhando melhor, vi que além de GS1200 e F800GS haviam muitas do modelo F700GS, inexistente no Brasil. Outro detalhe: as motos chilenas tinham placa dianteira fixada por dentro da bolha (risos).

Parti em direção às cataratas do Iguaçu. São 14 km do centro de Foz, mas não é permitido entrar com veículo particular e o estacionamento de motos não oferecia segurança pra deixar a capitão América com bagagem. Tirei uma foto pra registro e parti rumo a Campo Mourão (PR). O céu sem chuvas ainda estava muito carregado.

Cerca de 70 km rodados e a chuva veio com muita intensidade e me acompanhou por 150 km. A estrada, que começou com boa pista duplicada e pedagiada. Paguei R$ 21,70 pra rodar 300 km naquela estrada paranaense. No Peru, Bolívia, Argentina e Paraguai rodei em estradas pedagiadas, mas onde motocicletas não pagam. Pouco depois virou pista simples, mas boa pavimentação e muito trânsito.

Mais à frente à chuva parou. A paisagem tinha plantações de milho e soja a perder de vista e muitos pastos com gado Nelore. São lindas as terras paranaenses, com muito plantio a exemplo de Goiás e Mato Grosso.

Fui recebido em Campo Mourão por um belo pôr do sol que registrei.
Os últimos 20 km foram bem devagar. Vim lidando com dois problemas na moto: o pedal de câmbio, que bambeou de vez, e a relação, que desgastou muito e já não oferecia mais possibilidade de ajuste (será necessário reduzir a corrente com a retirada de elos).
Tive dificuldade para encontrar um bom hotel. Os dois primeiros estavam lotados e o que consegui tinha o último quarto vago. Amanhã, uma visita à oficina para, além de ajustes, troca de óleo do motor e depois muita estrada rumo a São Paulo.

Todos os dias da aventura foram descritas em um diário que pode ser visto nos links abaixo:

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