sexta-feira, 31 de julho de 2015

Incredulidade... talvez seja essa a melhor palavra para definir o que sentimos com as notícias veiculadas que a cada dia, temos mais e mais motociclistas vítimas do cerol em nossas cidades, enquanto assistimos a isso estarrecidos temos de um lado a impunidade como aliada de quem solta pipas (papagaios) utilizando o cerol, e do outro lado, motociclistas ainda despreparados para enfrentar a situação.

A brincadeira de criança que parece inofensiva... pode causar grandes prejuízos e até mata! Causa acidentes sérios e até fatais com motociclistas, e também outros prejuízos como o interrupção de energia devido ao corte dos fios das redes elétricas, riscos de curto-circuitos e choques elétricos, danos a lataria de veículos e até casos de danos em asas de aeronaves.



Mas afinal de contas, o que é o cerol? Cerol é uma mistura de vidro moído com cola que é passada na linha das pipas para que o seu 'poder' de corte seja aumentado, normalmente é feito em casa moendo vidro de lampadas e utilizando cola branca para fixar a mistura na linha. Na brincadeira das pipas ganha quem corta (apara) outras pipas e quanto mais cortante a linha for melhor,

Linha Chilena... o perigo potencializado... é uma espécie de cerol industrializado, feito com pó de quartzo e óxido de alumínio,  com um poder de corte ainda maior que o cerol.

Existe regulamentação, proibição, regulamentação?  Sim, em Minas Gerais é proibido, ou seja, é ilegal soltar pipas com linhas cortantes (Cerol, Linha Chilena, etc.),  A lei estadual 14.349/02, regulamentada em 15 de julho de 2002 e regulamentada através do decreto 43585 2003, proíbe a aplicação de qualquer material cortante as linhas.

"Art. 1º Fica proibido o uso de cerol ou de qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas, de papagaios, de pandorgas e de semelhantes artefatos lúdicos, para recreação ou com finalidade publicitária, em todo o território do Estado de Minas Gerais. Parágrafo único. Cabe aos integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, com o apoio concorrente dos agentes de fiscalização municipal ou de guardas municipais, quando houver, zelar pelo fiel cumprimento do disposto neste artigo, mediante ações fiscalizadoras, administrativas e policiais"

Porém o que assistimos na prática é uma ausência total de fiscalizações por parte das autoridades, e o uso indiscriminado de linhas cortantes sem qualquer restrição.



Assim como outras questões importantes, aqui no Brasil, as causas dos problemas não são tratados, tratamos somente as consequências de forma a conviver com o problema eternamente. Não fiscalizamos o proibido comércio de linhas cortantes e também não impedimos o uso que é proibido, e então vamos tratar as consequências... é o nosso LISARB (Brasil as avessas).

Então o que nós motociclistas podemos fazer? Bom... em primeiro lugar e de forma imediata buscar a nossa proteção, existem atualmente duas formas de se proteger, a primeira instalando um par (é importante que sejam duas) antenas anti-cerol nas motocicletas, e segundo o uso de pescoceira anti-cerol, Também é importante utilizar luvas ao pilotar a motocicleta, não só pela proteção contra frio, ou em caso de quedas, mas também contra o cerol, é comum ao se deparar com uma linha de cerol a reação imediata de se levar a mão até a linha para tirá-la do nosso caminho, onde podem acontecer cortes nas mãos.
Pescoceira Anti-Cerol

Par de Antenas Anti-Cerol

Uma outra medida interessante é apoiar as entidades que realizam campanhas educativas, participar dessas campanhas contra o uso do cerol... é importante conscientizar a população para o risco que representa a ''brincadeira'' de pipas com linhas cortantes, e pressionar as autoridades a fiscalizar com rigor, ou seja, por efetivamente em práticaa lei ''Anti-Cerol''.

Mas todos nós motociclistas estamos então em risco por conta do Cerol? A resposta é sim! O uso de pipas com linhas cortantes é mais comum em áreas de periferia e tem sazonalidade, ou seja, ocorre com maior frequência no período das férias escolares (meses de dezembro/janeiro e junho/julho).

Infelizmente é muito comum o motociclista associar a ocorrência de pipas com linhas cortantes somente as regiões de periferia dos grandes centros urbanos, ou seja, muitas vezes a alegação do motociclista é que ele não reside ou não trafega por essas regiões, o que é um grande erro. Uma pipa cortada (aparada) numa região de periferia dependendo de sua altitude e/ou quantidade de linha pode vir a cair em outra região, do outro lado da cidade onde não há ocorrências disso. Também deixar para se proteger somente no período das férias escolares é um erro, pois sabemos que não são somente crianças em idade escolar a participar disso. A conclusão disso tudo é: devemos nos proteger sempre e o uso de antenas e pescoceira anti-cerol deve ser diária independente da região que trafegamos com nossas motos ou mesmo periódo do ano.

Por fim, se você ainda não se convenceu a instalar antenas anti-cerol na sua motocicleta, talvez até pela estética (ah ficam feias demais essas antenas na moto), e também não pensa em usar uma pescoceira anti-cerol por incomodar um pouquinho, talvez as imagens abaixo te façam repensar essa decisão:




Não deixem de se proteger, ajudem a divulgar essas informações, participem de campanhas educativas...

Até o próximo post...

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