sexta-feira, 22 de maio de 2015

Antes de partir de Uyuni, resolvi lavar a moto para retirar o sal do deserto. Aproveitei para fazer câmbio de bolivianos e comprar umas barras de cereais para a estrada. Dei um volta pela cidade fora do circuito turístico, fui ao mercado municipal e andei por ruas secundárias. Mesmo com todo o movimento do turismo, ainda existe muita pobreza na cidade.








Com toda propaganda sobre o Rali Dakar, chegar aqui pilotando uma motocicleta trail ou big-trail é um bom cartão de apresentação. As pessoas ficam olhando curiosas e vêm conversar, perguntar de onde você vem e sobre a moto. Te recebem muito bem.

Em toda a Bolívia, vi lindas paisagens e passei por muitas vilas e pequenas cidades. Quando se chega a uma cidade, a impressão é de pobreza, mas vi que em muitas haviam boas escolas, algumas novas, com boa estrutura e, mesmo nas vilas mais pobres, vi crianças com uniformes novos indo ou voltando das aulas. Fica claro um investimento em educação básica. Também vi bons postos de saúde municipais. Todas as estradas que passei estavam em boas condições e algumas estão em construção. Parece que a aposta da Bolívia é na educação, saúde e estradas, até para potencializar o turismo.
Com o rolé de adeus de Uyuni, acabei saindo tarde da cidade, por volta do meio dia, mas a estrada de volta a Potosí era conhecida. Vim num bom ritmo, curtindo as curvas e tomando cuidado para não pegar uma lhama na contra-mão.
Cerca de 70 km depois de Uyuni, encontrei um casal da Austrália em um mirador (mirante). Estavam em uma BMW GS 1200 e uma Honda XR250 Tornado, ambas com placas do Chile. Em um papo que misturou inglês e espanhol, me contaram que vieram da Austrália até o Chile, alugaram as motos e estavam a caminho do Salar. Passei algumas dicas e depois me despedi.
Abasteci em Potosí, onde a frentista, ao perceber que eu era do Brasil, me falou que era fã da banda Calipso. Falei que a banda é muito boa, que eu também gosto dela e das bandas Metallica e Iron Maiden, mas acho que ela não entendeu a piada kkk
Após Potosí, segui para Tupiza. A paisagem é muito árida, com grandes cactos e vegetação baixa e espaçada nas montanhas. Uma estrada boa, mas pista simples, com pouco tráfego, que permitiu desenvolver bem a viagem. A altitude variava entre 2500 e 3200 metros. O frio deu uma trégua e somente apareceu nos 70 km finais.
Uma coisa que mudou foram os animais à beira da pista. Ao invés de lhamas, agora eram cabras e bodes, que atravessavam a pista a toda hora. Interessante que as placas de sinalização que mostravam lhamas também mudaram para algo parecido com um bode (risos).
Como saí tarde e não queria pilotar à noite. Não parei para fotos, somente para abastecimento.
Um pouco antes de Tupiza, dei uma parada em um posto para tomar água e comer uma barra de cereais. Meu Deus, a barra de cereais parecia de pedra, Mas com fome, comia qualquer coisa.
Cheguei a Tupiza quase noite e consegui um hotel simples, mas muito bom. Amanhã tem muito mais estrada.

Todos os dias da aventura foram descritas em um diário que pode ser visto nos links abaixo:

Diários:


Vídeo:


Um comentário:

  1. Que massa essa viagem! Fico maluco só lendo aqui seus relatos... eu adoro.

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